A Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina (Epagri) tem como missão: conhecimento, tecnologia e extensão para o desenvolvimento sustentável do meio rural, em benefício da sociedade. Atua em ações de Educação Ambiental Rural desde a década de 1950, em mais de 200 municípios de Santa Catarina, a partir de alguns focos de atuação: famílias, escolas, jovens rurais, técnicos e lideranças municipais. A equipe de trabalho, com maior envolvimento de extensionistas sociais, é responsável pelo desenvolvimento de ações que incluem temas como melhoria da qualidade da água, destino adequado dos dejetos, melhoria de arredores, produção limpa de alimentos, entre outros, sempre de acordo com a demanda e a realidade local.
A equipe da Epagri inserida neste trabalho desenvolve também tecnologias sociais de baixo custo para o tratamento de esgoto doméstico e água, seja sistemas individuais ou coletivos. Por exemplo, sistema modelo Caxambu e sistema modelo Imaruí. Em algumas comunidades rurais o resultado foi que mais de 90% das famílias rurais trataram o esgoto doméstico em suas propriedades. No início dos anos 2000 a ampliação do trabalho se deu na linha das energias alternativas e bioconstruções, como implantação de energia solar a partir de placas com garrafas pet, armazenamento de água da chuva, entre outros.
A metodologia de trabalho utiliza preceitos de arte educação e da pedagogia da cooperação com o objetivo de fortalecer aspectos socioculturais e ambientais das comunidades repercutindo na melhoria da autoestima e da identificação com aqueles espaços em que vivem, tanto de crianças, jovens e escolares, quanto de adultos haja vista que as atividades se respaldam em uma linguagem lúdica e simples. O resgate das histórias de desenvolvimento das comunidades, de seus saberes, sabores e cores oportuniza a rememoração de brincadeiras, culinária tradicional, mitos e lendas das comunidades, o que contribui para fortalecê-las.
Desde 2006 a Epagri realiza o Prêmio Epagri Escola Ecologia Márcia Mortari, nome dado em homenagem a nossa prematuramente falecida colega de trabalho que foi referência na área ambiental. O objetivo da iniciativa é fortalecer e visibilizar escolas que recebem crianças do meio rural, consolidar a educação ambiental como um recurso capaz de tornar mais efetivo o processo participativo entre escolas e comunidades e incentivar ações mais cooperativas entre ambas. Além disso, o Prêmio visa contribuir com a valorização da agricultura familiar e da pesca artesanal e a integração com o espaço urbano, reconhecer que a escola é um espaço fundamental para a construção da identidade socioambiental, do desenvolvimento da amorosidade e da solidariedade como competências pessoais e coletivas, integrar os diferentes saberes, construir uma visão crítica e participativa, favorecer a recuperação, preservação e proteção dos ecossistemas e da diversidade ambiental, sociocultural e humana.
No trabalho realizado com jovens do meio rural e da pesca o tema ambiental é abordado a partir do Eixo Ambiental, tanto para se dialogar sobre aspectos de educação ambiental quanto para propor ações de adequação da propriedade e de inserção de melhorias de sistemas de tratamento da água e do esgoto, definição de áreas de mata ciliar e instalação de tecnologias sociais de baixo custo para melhorar a qualidade de vida das pessoas e diminuir os custos dos sistemas produtivos.