O Projeto "Gestão ambiental como prática educativa para a organização das famílias, conservação da água e saneamento ambiental do litoral sul catarinense" consiste no desenvolvimento de ações junto às famílias rurais, pesqueiras, indígenas e escolares, de organização, conservação da água e saneamento ambiental, através de práticas que contribuam para a sensibilização e para a promoção de processos continuados e permanentes de educação e saneamento ambiental, organização e mobilização social para a gestão do meio.
Pretende contribuir na construção e orientação de novos valores e saberes, estruturados em bases ecológicas e formas democráticas de organização, através de grupos formais e informais, atuando na criação de novas competências e estratégias inovadoras referentes aos processos que interferem no meio ambiente, oportunizando espaços para construção e disseminação de tecnologias sociais e na divulgação da legislação ambiental. Como também, trazer novas oportunidades e informações para subsidiarem as decisões dos técnicos, dos agricultores familiares, pescadores artesanais e todo o corpo docente e discente das escolas das três regiões que compõem a UGT 8 acerca da administração de seus recursos.
Um dos maiores problemas é a grande incidência de borrachudo nas comunidades rurais, que provocam doenças. Os simulídeos, mais conhecidos por borrachudos, sempre existiram, mas a sua incidência nunca foi tão sentida como nos dias atuais. O aumento da população de borrachudos tem muito a ver com a contaminação dos rios por matéria orgânica, tanto de origem humana como animal e sua presença é fundamental para o desenvolvimento das larvas de borrachudo e, mesmo onde não há lançamento de efluentes orgânicos, as larvas se alimentam de detritos produzidos naturalmente e de algas fluviais. Outro fator importante é a quantidade de mata ciliar existente, uma vez que a incidência de luz solar diretamente sobre as águas provoca seu aquecimento, favorecendo a proliferação de algas que serve de alimento para as larvas de borrachudos. A presença de mata ciliar contribui também para a existência dos predadores dos borrachudos, tais como: libélulas, sapos, rãs, pássaros e peixes. O desequilíbrio ambiental está diretamente relacionado com o aumento de sua quantidade nas comunidades rurais. A prevenção é a forma mais inteligente e barata de reduzir a população de borrachudos a níveis toleráveis, passando pela conscientização das pessoas a respeito das causas de sua proliferação e pela mudança de hábitos. Após isso, é necessária a recuperação ambiental, que exige a participação de todos.