A Prefeitura Municipal de Camboriú, através da Fundação do Meio Ambiente de Camboriú, desenvolve ações socioambientais junto a comunidade escolar do município com o Programa Tatu de Educação Socioambiental, partindo do pressuposto de que a Educação Ambiental deve ser trabalhada em todas as dimensões da sociedade, a escola é parte fundamental nesse processo, conforme Grün (1996), quando diz que, se a educação não é ambiental, então, não é educação.
Entendemos que a sensação de pertencimento ao universo não se inicia na idade adulta e nem por um ato de razão, mas desde a infância nos sentimos ligados a algo que é muito maior do que nós, desde criança nos sentimos ligados ao universo e nos colocamos diante do Planeta num misto de espanto e respeito, e assim, durante toda nossa vida buscamos respostas ao que somos, de onde vivemos, para onde vamos, enfim, qual o sentido de nossa existência. A educação pode ter um papel fundamental nesse processo se souber trabalhar ao lado do conhecimento, nesta busca constante e infinita.
Hoje tomamos consciência de que o sentido de nossas vidas não está separado do sentido do próprio planeta, e com o cenário atual de degradação ambiental em nível mundial, o componente educativo torna-se um grande aliado ao trabalho dos educadores ambientais, no sentido de discutir, e buscar soluções, novos valores, e uma nova postura frente a temática socioambiental, é aqui que entra a Pedagogia da Terra, ou a Ecopedagogia, que contribui para a promoção da aprendizagem, através de situações do cotidiano dos alunos, encontrando um novo sentido ao caminhar, vivenciando o contexto e abrindo novos caminhos.
Às políticas públicas, particularmente na Educação Ambiental (EA) a partir de programas e ações estruturantes, caberia a responsabilidade pela sensibilização e criação de condições para a reflexão na e pela ação na construção coletiva de uma consciência ecológica e, com ela, uma mudança de valores, atitudes, concepções e abordagens dos indivíduos frente às questões ambientais. Conforme Freire (2003), se a educação sozinha não transforma a sociedade, sem ela tampouco isso é possível. É exatamente com a Educação que esta mudança pode ocorrer de maneira efetiva e consistente. Afinal, não é possível desvincular a Educação da Educação Ambiental; ambas devem ser tratadas de maneira indissociável.
Taglieber (2007, p. 71) afirma que, na atualidade e frente à problemática ambiental e à indispensável compreensão das limitações dos ecossistemas planetários, a Educação geral passa, necessariamente, pela dimensão ambiental. Significa que, para a sobrevivência da humanidade, é necessário que cada coletividade tome consciência dos limites ecológicos da Terra e comece a valorizar preservar, conservar e proteger o meio ambiente. A Educação não pode apenas fazer uma espécie de “vôo de reconhecimento” superficial dessas questões, mas precisa enfocar aspectos específicos da época e das necessidades expressas pela coletividade atual.
Assim, os professores e gestores educacionais são profissionais especialmente preparados para serem os mediadores entre as gerações adultas e as novas, daí a importância de sua formação para trabalhar na Educação Geral, temas relacionados à problemática socioambiental. Ainda, é bom ressaltar que, de acordo com esse autor, o processo educativo tem dupla intencionalidade: a formação social dos coletivos humanos e sua reintegração com a natureza. Isso implica não apenas a aquisição de conhecimentos, mas, acima de tudo, a construção de valores e atitudes, o desenvolvimento de uma ética que norteie a solução dos problemas socioambientais e que permita a convivência, sinalizando ao ser humano, o limite de seus direitos e deveres com a sociedade e com seu meio.