Na região da Enseada de Brito, em Palhoça, comunidade formada por antigos pescadores e açorianos as benzeduras e as benzedeiras, fazem parte da cultura local. É comum encontrarmos nos quintais das casas, canteiros com plantas medicinais, que são usadas como temperos, chás e também nas práticas de benzer principalmente crianças.
Essa prática cultural esta desaparecendo e, portanto as gerações mais jovens esta perdendo o contato com esta medicina tradicional. Cabe a escola local, a partir de o currículo escolar preservar e valorizar esta cultura.
A medicina tradicional definida pela Organização Mundial de Saúde – OMS, é "a combinação total de conhecimentos e práticas, sejam ou não explicáveis, usados no diagnóstico, prevenção ou eliminação de doenças físicas, mentais ou sociais, e que podem assentar exclusivamente em experiências passadas e na observação transmitida de geração em geração, oralmente ou por escrito". Propõe-se então, desenvolver projeto nos centros de educação infantil, voltado para o cultivo de plantas medicinais e a relação destas com as práticas de benzeduras e cuidado com o meio ambiente. As crianças precisam de currículos que ensinem esses fatos importantes da vida, por isso a criação de canteiros com plantas medicinais sob a responsabilidade das crianças e monitorados pelas professoras. Aliada a esta atividade, entram a senhoras da comunidade – avós e bisavós dessas crianças que são também as antigas benzedeiras da comunidade, para contar um pouco das histórias e tradições da união entre essa crença e determinadas plantas medicinais.
O projeto agrega o uso dessas ervas onde muitas são também temperos na alimentação escolar, aproximam da escola as senhoras mais velhas e ainda transforma os canteiros em verdadeiros laboratórios pedagógicos para as diferentes atividades pedagógicas previstas no currículo. Os centros educacionais de educação infantil, ao desenvolver projetos desta natureza, conseguem desenvolver educação ambiental, agregar valor cultural da comunidade que a escola esta inserida, valorização respeito aos idosos, valorização ao saber popular, segurança alimentar adequada e a cultura da paz e ainda descontrói estereótipos e discriminação para com que pratica as benzeduras utilizando as plantas como elemento fundante na troca de energia e busca de saúde e equilíbrio.
Autores: Maria Benedita da S. Prim, Ana Kátia H. Goedert, Ana Paula Vieira, Elessandra Ferreira da Silva