Na Escola Básica Municipal Visconde de Taunay, em Blumenau, a iniciativa para melhorar cada dia mais a sustentabilidade do espaço vem dos alunos. Assimilados neste projeto há oito anos, muitos cresceram cercados pela preocupação com o meio ambiente e o futuro do planeta.
São várias atitudes sustentáveis visíveis, como o plantio da horta, a criação de uma composteira, reflorestamento do estacionamento e o aproveitamento da água da chuva. Mas a professora articuladora, que assumiu o projeto em 2012, fala que o aprendizado vai muito além disso.
Em parceria com a Furb, o projeto foi tomando proporções inesperadas, com reconhecimento internacional e integrando o plano curricular de todas as disciplinas. Atualmente, os estudantes são os principais agentes na manutenção do espaço e do projeto.
Se chega algum aluno transferido que joga lixo no chão ou danifica algum espaço, nós nem precisamos intervir. Outra criança vai até ele e explica: “aqui não fazemos assim”, conta a professora.
Um dos projetos mais recentes, iniciado pelos alunos do 9° ano, começou por causa da goteira do ar condicionado. Eles perceberam que aquela água estava sendo desperdiçada e começaram a coletá-la para levar para o reservatório de água da chuva.
Logo sentiram que o trabalho de levar as bombonas para o reservatório era cansativo, mas não desistiram e por isso passaram a calcular como poderiam transportar a água de forma automática para as caixas. Tudo por conta própria.
Simultaneamente, o professor de matemática percebeu no ar condicionado outra oportunidade: estudar o consumo de energia. A partir do portal de transparência da Prefeitura de Blumenau, eles perceberam que durante o verão os gastos com eletricidade da escola triplicavam. De acordo com os cálculos feitos pela turma, 63% do valor era por conta do ar condicionado.
A energia solar foi a primeira solução apontada, por ser totalmente renovável e representar uma economia a longo prazo. Mas por depender de um grande investimento público a instalação de placas que permitam a captação de energia solar ainda é um projeto em construção na Visconde.
No caminho descobriram que o professor de geografia também tinha interesse no tema, ele fez a doação de uma placa pequena que está sendo usada para alimentar a nova sala de música da escola. E foi ai que os alunos tiveram a ideia de aproveitar a casinha de leitura feita de garrafa PET para adaptá-la. As garrafas estão sendo substituídas por caixas de leite, que promovem o isolamento térmico e o interior será forrado com caixas de ovo, para isolamento acústico.
A energia elétrica usada para iluminação, tomadas e caixa de som da sala é provida pela placa que fica no teto. Conseguindo assim, um novo espaço para os alunos se reunirem e uma sala adaptada para as aulas de música. A intenção da escola é dar continuidade a instalação de placas, até que todo o consumo seja suprido dessa forma e para isso, o polo blumenauense da UFSC está tentando parcerias com empresas.