Santa Catarina é um dos cinco estados brasileiros que mantêm índices inaceitáveis de desmatamento. A última edição do Atlas da Mata Atlântica, mostra que 905 hectares de mata localizados em território catarinense desapareceram entre o 2017/2018. Os dados, divulgados no dia 23 deste mês, indicam um aumento de 52% no desflorestamento, comparado a 2016/2017, quando ocorreu redução de 595 hectares.
O IFFSC identificou espécies ameaçadas de extinção, como é o caso da Canela-Preta, que já foi abundante no Vale do Itajaí. O especialista conta que, mesmo sendo protegidas por lei, essa árvore não consegue recuperar sua população antiga. “Nunca mais vamos encontrar a mesma quantidade de espécies que havia antigamente, porque não deixamos a floresta se recuperar nesse sentido”.
A redução da floresta também cria mosaicos na vegetação, deixando as áreas de mata fragmentadas. Se não há uma continuidade na vegetação, a população de animais também é impactada. Tem espécies que não atravessam áreas abertas, se isolam e assim acabam sendo extintas.
Para migrar do Rio Grande do Sul ao Paraná, a onça-pintada precisa passar pela Argentina porque Santa Catarina não tem mais floresta suficiente para que ela possa fazer esse trajeto. “Tem registro dela na reserva do Turvo (RS), na região de Missões e no Parque Nacional de Foz do Iguaçu. Elas fazem um contorno, porque a vegetação do Extremo-Oeste de Santa Catarina foi praticamente toda suprimida”.
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